sábado, 14 de maio de 2011

Enchendo linguiça

Tão cansado de desfolhar tristeza, foi pintar poesia. Era uma mentira, mas pelo menos vivia com mais gosto.

Descabido mesmo é falar em língua morta, só pra que lhe entendessem os pássaros. Por que, pelo visto, não falam

Português. Flor roxa, nem lilás, amor é sacrifício. Isso lhe dizem o que não é, mas nunca o que talvez seja. O que acontece

É que não somos nós quem lhe diz, é teu coração. Tem metade das chances garantidas, mas quem há de garantir as faltantes,

Se teu propósito na vida é errar e se dar mal, assim, quem há de te dizer que te faz mal? Pode-se tentar, isso certeza que não mata,

Até a mais bela das sereias senta numa pedra envolta em mar. Mas quem há de dizer que sereias são as que lhe cantam ou as que lhe

Afogam na água? O único a fazer é tentar. O máximo da experiência é experimentar as consequências da morte, então prefira

Sempre o equilíbrio. Equilíbrio é só duvidar de vez em quando, deixar pra lá às vezes e vez em nunca preocupar-se. É uma arte

De não se importar, por que quando se vê que é importante, querem-no mais preocupado ainda.

Nenhum comentário:

Postar um comentário